segunda-feira, 20 de setembro de 2010

a vida rotina

adoro essa vida rotina
que levo com você
sentar no sofá
um filme de etê

me enterro na vida tranquila
viola e carpê
seus dias domingos
seus dias blasé

-sufoco na vida medida
que teimo com você
nas brigas amigas
só pra entreter-





segunda-feira, 22 de março de 2010

o fantasma de dumont

sem tempo pra nada
lamento ou risada
poema ou piada

começa e acaba
amanhece e apaga
meu tempo desaba








quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

aqui jazz curitiba

é bom estar de volta
ouvir o trânsito Foggy Day;
um é Bird Parker,
buzina-sax de Del Rey;
é bom estar de volta
o porquê eu já não sei.





quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

satori noturno

só aqui -

pupilas refletem as veias abertas da terra
dilatadas devolvem luzes em frenesi -
só aqui -

irônicas poltronas à 2000 metros do chão
alguém tosse e um bebê chora e alguém ri -
só aqui -

artificilha de civilização
onde máscaras poderão cair -
só aqui -

183 percebem sentadas
tudo que viram até agora


- é nada


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

insomnia

dia e noite
noite e dia
na tristeza
ou alegria
me persegue
essa poesia




terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

a engrenagem

preso na teia
me debato.
cada vez mais
a vida é lidar com o fato



segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

hipocondria crônica

quartos úmidos e abafados
minha fobia é pré-natal
escapo do útero
- também mofado -
e caio nesse apartamento
à base de tetralysal




domingo, 31 de janeiro de 2010

ritmo é preciso

f. ribeiro disse antes
mas kerouac já tinha certeza
os tambores de bonzo também
os punhos de muhammad em vai-vêm
viver exige a destreza
de ritmo em veias pulsantes





quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

-soneto atlântico

me embala em breves compassos
nas ondas que quebram por ti
aplaudindo este canto em mi
de aves em alto abraço

te invado e então me faço
um corpo que jaz aqui
inerte só para te ouvir
curar meu longo cansaço

pedras, sol e gaivotas
te fitam, a invejar
só ele aceita a derrota

queria também ser espelho
e ter balanço de mar
envergonhado, mergulha vermelho









sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

M escatológico

silêncio
em ruas vazias
não deveria
mas te encontro
fazendo em pedaços seu dia

mesmo ferida
não chore
desta vez, querida
justiça terá

já na mesa
meus demônios
me esperam para o jantar



segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

você é sol

a forma com que o todo
se adapta à sua presença
me faz duvidar da sua mortalidade


pretensão

insistia em esquecê-la
talvez sair do paraná
tudo bem
quem nunca tentou voar